quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um pouquinho de cinema: "Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino



É conferir lá:
http://euviviabemsemmarx.blogspot.com/2009/10/um-filme-de-anti-historia.html

Enjoy it! :)

domingo, 6 de setembro de 2009

O primeiro show do Beirut no Brasil: Salvador, 4 de setembro de 2009!

Depois de sete horas de viagem de ônibus, mais uma hora rodando por bairros e mais bairros de Salvador em um micro-ônibus, cheguei ao meu hostel, no Pelourinho, e de lá saí voando pro TCA, já contando os minutos para a apresentação - para mim - mais esperada da noite.

Apresentação do Beirut no Teatro Castro Alves, Salvador
O PercPan é o tipo de festival musical cosmopolita, de trato fino para apreciação, mas o que eu estava esperando veio após a apresentação japonesa, que quase me fez dormir (não pela apresentação em si, mas porque aquela música me embalava como vento num carro em movimento).
Quando o palco ficou vazio novamente e luzes azuis se acenderam, fiquei em alerta, preparei a câmera e eles entraram, pouco mais das dez da noite. Eram seis (Kristin Ferebee, a violinista, Tracy Pratt, sopro, e Jon Natchez, não estavam), e abriram o show com chave de ouro, tocando "Nantes".

Como estávamos no Teatro Castro Alves, até então estávamos todos sentados, quando Zach, visivelmente ‘chapado’ convidou as pessoas a ficarem de pé. Se antes o público estava meio que ‘segregado’ pelo status da compra de seu ingresso (os primeiros clientes compraram os primeiros/melhores lugares), esse convite fez cair ao chão essa separação. 90% do público saiu do seu lugar e foi para os pés do palco, berrar, ver, cantar junto a um Zach que interagia com o mesmo sem grandes dificuldades no português.





Em seguida, "The Shrew", "Postcards From Italy" e "Elephant Gun" continuaram a fazer o público vibrar, especialmente com esta última (mesmo cantada numa ‘versão bêbada’ [créditos da expressão pra Eduardo], que – como todos sabemos – foi tema da minissérie Capitu, exibida pela Globo em dezembro último – e conquistou para a banda milhares de fãs brasileiros, entre adolescentes e jovens.

Na sequência, "La Javanaise", um cover da cantora francesa Madeleyne Peyroux (“Agora eu vou cantar ‘en français’”), "Shiki Shiki Baba", cover da Orquestra Kochani, a fofa "Mimizan", e a clássica "Gulag Orkestar", entre outras. Entre uma e outra canção Zach falava em português, brincava com a plateia e interagia daquele jeito típico de alguns bêbados, mas de bêbados carismáticos, fato que dava o tom de irreverência à coisa toda.




A setlist, a propósito, não foi perfeita (faltou "Sunday Smile", nem "Forks & Knives", por exemplo). Houve algumas músicas do Zapotec, e admito que não é meu disco favorito, mas ele tem algumas canções com bom potencial, como "La Llorona", "The Concubine" e "My Night with the Prostitute from Marseille", que ficaram de fora da apresentação de sexta.

O momento constrangedor da noite foi quando Zach convidou a plateia para ir até o palco: a multidão simplesmente irrompeu como um dilúvio humano, e vimos, da fileira Z7, os músicos sumirem em meio a uma turba em polvorosa, enquanto os seguranças tentavam fazer voltar a ordem. A bagunça acabou logo, mas logo deram por falta de um microfone (que, reza a lenda, custaria cerca de US$700), e depois, de um dos instrumentos.



Momento da 'invasão' do palco

Momento mais tranquilo quando o Kelly Pratt (teclado/backing vocal/sopro, membro também da banda canadense Arcade Fire e da Team B, seu projeto paralelo) puxou o "parabéns pra você" pro carinha da tuba (na verdade é um instrumento da família da tuba), que estava fazendo aniversário sexta (22 aninhos). A galera até cantou junto: "happy birthday to you..."
Aliás, o Kelly Pratt brilhou diferente naquela apresentação. Era ele quem segurava o vocal umas vezes em que Zach simplesmente parava (não se sabe exatamente se porque esquecia a letra, ou por algum outro motivo); era ele quem puxava palmas, foi ele quem voltou para amparar Zach no final, quando este, já sozinho no palco, não conseguiu dar continuidade a "The Flying Cup Club" (Zach tentou ainda umas duas ou três vezes, mas não conseguiu): “Eu não posso cantar... Obrigado.”




Tirando os inconvenientes da invasão do palco e do roubo do microfone, e o fato do lead estar claramente bêbado/chapado/"doente” (whatever), o show teve seus pontos altos. O repertório foi simples, mas apropriado para um show breve, embora eu tenha cá minhas dúvidas de que se Zach não estivesse trêbado, certamente o show seria mais longo... Logo, é, nada de "Leãozinho" e nem "Brazil". Por outro lado, a musicalidade da banda, ao vivo, é, em alguns momentos (como em "Cozak" e "Shiki Shiki") ainda mais pungente que as versões de estúdio. Os backing vocals de Pratt, ao vivo, somados à base de Zach, formam um conjunto vocal que impressiona: são vozes raras, incomuns. Parece que nasceram para cantar aquilo.

Não foi uma das melhores performances do Beirut. Mas, no final das contas, só a emoção de estar vendo uma das minhas bandas ‘modernas’ favoritas tocar ao vivo, compensou todos os pormenores negativos. Tanto deles quanto meus: o cansaço, os desencontros, os inconvenientes, o desgaste. Mas os encontros, a adrenalina, a aventura, as risadas e as boas companhias, com certeza deram o tom colorido dessa viagem.

Definitivamente, valeu a pena ter ido ver o Beirut em Salvador.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Humbug!

E vazou o novo disco do Arctic Monkeys, depois de mais de dois anos e meio após o FWN.
Pra quem estava esperando algum twister na evolução musical dos macacos que resultasse em algo parecido com o velho e bom WPSIATWIN, se decepcionou bastante. O disco não chega a ser propriamente uma continuidade do FWN (embora deva muito a este), mas é com certeza, uma ruptura em relação ao "Whatever..."

Humbug não é genial. Não vamos banalizar essa palavra, apesar de eu seja o tipo de pessoa que se impressiona com uma certa, digamos, facilidade. Mas a palavra que pra mim melhor define o "Humbug" é interessante. Orquestrado pela tutela experiente de Josh Homme, carregado por um ar inconfundivelmente sabbathiano, no entanto ainda assim não me desceu redondo na primeira vez em que ouvi. Mas depois de algumas escutadas eu consegui entender o Humbug. O próprio nome, algo como "fraude", parece dizer o mesmo que se dizia quando se pensava em "whatever people say I am... that's what I'm not!" Soa como um "ainda somos os mesmos", mas sem ser. Sabe quando a gente cresce? Aos vinte anos somos as mesmas pessoas de quando tínhamos 6, e por outro lado não somos. Essa é a impressão que tenho do disco. Mas sem clichês, já há muitos por aí, e mais alguns por aqui. Vamos ao que interessa.

São apenas dez faixas. Algumas devedoras do FWN, como "Pretty Visitors". "Crying Lightning", primeiro single é a que considero "abrir" o álbum, e sucede a lenta "My Propeller". "Dangerous Animals" não deixa a desejar ao ar sombrio e mais profundo (em um sentido que não sei explicar agora; por isso, querido leitor, use sua imaginação...), e é, com certeza, uma das melhores músicas do CD. "Crying..." e "Dangerous..." equivalem a uma pancada após a lentidão do início do disco. Junto com "Secret Door", "Potion Approaching", e "Dance Little Liar", são faixas entre as melhores do álbum. "Fire & The Thud", que a gente já conhecia na ótima versão acústica, ganhou moldes sofisticados, com bons backings feitos por um "quinto elemento" (rs). "Fire & the Thud" é a faixa mais sexy; "Cornerstone" é a mais soft (uma baladinha despretensiosa e agradável de se ouvir); "Pretty Visitors", a mais FWN. E "The Jeweller's Hands" "fecha"o cd sem o impacto costumeiro dos discos anteriores) e, por isso mesmo, sem quebrar a coesão do disco.
Uma terceira guitarra agora encorpa o som, contribuindo para dar um tom mais pesado, mais sombrio. Baixo bem marcado, bateria competente. Os teclados estão lá, limpos, sem frescuragens. E o que se exigiu de Alex em termos de vocal, no FWN, quando ele se arriscou a notas mais altas, deu bons resultados no Humbug.

Apesar de ser um álbum menos intrépido que o FWN (usando este último como referência, e não como uma suposta "obra-prima" original a que se pode comparar), o Humbug é um disco interessante, que acabou me envolvendo por tantos elementos diferentes juntos, mas coesos.

Tudo bem, ele pode não ter aquela pegada frenética do Whatever. Fato. Mas é um álbum com uma agressividade inegável e latente que merece ser observada e sentida. Resta-nos perguntar se sem a tutela de Josh Homme o disco não teria saído à la WPSIATWIN. Mas o que o Humbug parece afirmar é o velho espírito "don't believe the hype" sob o qual os garotos iniciaram sua carreira.

Eu posso estar errada. Não sou crítica de música, sou professora de História. Mas não espero um quarto cd tão cedo. Tenho um terceiro muito bom para fazer cooper todas as tardes, e isso, pra mim, e por hora, está de bom tamanho...


domingo, 19 de julho de 2009

"Warm of Africa", com participação de Ezra Koenig


O grupo The Very Best, um roquinho de pegada afro-pop, gravou "Warm of Africa", com participação de Ezra Koenig, do Vampire Weekend, nos vocais. Eu, particularmente, achei que ficou muito boa. Mais afro e um tanto menos pop que o Vampire, ainda assim, ficou apropriada.

Escute/baixe aqui.
Créditos para o We All Want Someone To Shout For.

sábado, 27 de junho de 2009

R.I.P.

Michael Jackson bateu as botas. Quem sabe a essas horas já não está andando na lua.
Que Deus o tenha, e descanse em paz.
Tempo oportuno para relembrar também outras grandes perdas do cenário da música mundial.
R.I.P.


1. Buddy Holly

Charles Hardin Holley formou o The Crickets e entrou para a história do rock com canções como a ótima "That'll be the day" e "Peggy Sue", e também a linda e não tão conhecida "Dearest", que fez parte da trilha sonora do filme "Juno". Incorporou novos instrumentos ao rock, e conquistou uma grande plateia de negros, considerando os EUA dos anos '50. Sua obra serviu de inspiração para Paul McCartney e Mick Jagger. Morreu aos 22 anos, em 1958, num acidente de avião.

2. Elvis Presley
Elvis Aaron Presley dispensa apresentações. Seu jeito galã e os passos ousados de dança, junto com a sua voz e suas costeletas, o tornaram um ícone da música americana do século XX. Misturou pop, country, e gospel ao rock. Ficou consagrado como ícone da liberalidade e de uma nova estética na música popular em meio à sociedade segregaconista e conservadora dos anos '50. Morreu de parada cardíaca (suspeita de overdose) em 1977, aos 42 anos.



3. John Lennon

John Winston Lennon, parceiro do velho Macca, ambos gênios e cérebros das composições dos Beatles. Precisa dizer mais? Foi assassinado por um fã que havia lhe pedido um autógrafo no mesmo dia, na frente de sua casa, em Nova York, em 1980, aos 40 anos.



4. Kurt Cobain
Lindo e talentoso. Eu tinha 11 anos quando ele morreu, estava na sexta série, e soube de sua morte lendo a - outrora boa! - revista teen "Capricho". Era uma época em que o grunge ainda estava em voga. Líder do Nirvana, a mais importante banda do gênero dos anos '90, foi sempre uma figura genial e conturbada, ligada a depressão e drogas. Suicidou-se em 1994, aos 27 anos, com um tiro de espingarda.

sábado, 2 de maio de 2009

The Baggios, o show!

Até que enfim consegui ir num show dos meninos do blues rock de Sergipe.
Não tem aquela música do Cidade Negra, "você não sabe o quanto eu caminheeeii/ pra chegar até aquiii". Pois é, é bem isso.

Quase atolei o carro entrando numa (errada) rua de barro, depois de ter aturado uma aulinha básica de Linguística, e apesar da chuva sazonal que rolou durante a quinta-feira última, consegui chegar no Capitão Cook às 22h50, junto com três boas almas que toparam me acompanhar (Enne, Roger e Alex, thank you so much!). Quando chegamos o show não tinha começado ainda e ficamos, digamos, "tomando uma fresca", como diria minha avó, do lado de fora. Não vi a hora exata, mas perto de meia-noite comecei a ouvir os primeiros sons dentro do bar.

O Capitão Cook é o mais recente point da galera alternativa da cidade. É tipo um pub rústico, de madeira, bem pequeno, com uma decoração interna remetendo a navegação e a rock, com nós de marinheiro numa parede, e fotos de Janis Joplin e Jim Morrison em outra. O tapete, já que não há palco, é o lugar em que as bandas se apresentam. Consegui entrar na aí, já excitadíssima com os acordes de "Oh Cigana", segunda música do setlist e terceira faixa do novo EP, Hard Times, lançado em março, no mesmo lugar. Consegui ficar num local bom, ao lado do "tapete", lado esquerdo de quem toca, numa espécie de mezanino, de forma que estava na mesma altura do bar, mas num nível acima da banda, o que me proporcionou uma boa visão do show.

Infelizmente não consegui pegar uma setlist das que estavam coladas com durex no chão; na verdade, acabei esquecendo. Mas o set contemplou várias músicas novas e outras já consagradas do primeiro EP, "Pegando um Punga", como Baggio Sedado, Cosmopolita, Aqui Vou Eu, e a minha favorita do mesmo disco, Pisa Macio.


Do novo EP rolou, além de Oh Cigana, que já consta na minha lista de favoritas da banda, com pegada de gypsy folk misturada com blues rock, Supersonic Explosion, Candangos Bar (outra das minhas preferidas, com Mateus Santana arrebentando na gaita), The Black Man Song e Hard Times, entre outras.


Júlio no vocal e na guitarra (puta influência do Led, putos arranjos) e a bateria enérgica de Gabriel, o movimento dos meninos que fotografavam, outros garotos tocando acordes com guitarras imaginárias, davam ao show o tom de festinha-entre-amigos-todo-mundo-nem-aí-viva-o-roquenrôu. Some-se a isso o fato de a galera acompanhar as letras, principalmente as mais conhecidas, enquanto um ou outro dava tapinhas na cabeça de Gabriel pela abertura de uma janela que estava bem à altura da cabeça dele.


O show terminou por volta de uma e meia, com Pisa Macio (auge!). Foi, sem dúvida, o dinheiro mais bem gasto da semana, até por que, logo em seguida começou o show do Retrofoguetes, de Salvador, fazendo uma explosão de surf music instrumental bem animada, combinada com influência de música circense, elementos da literatura e dos quadrinhos.

Antes de ir embora comprei o Hard Times, da Baggios, baratíssimo, que está recomendado desde já. Mas esse não vou postar para download. Que o rock sergipano cresça mais e mais. ;D

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Arctic Monkeys Cover no Coverama

Conteúdo redirecionado de http://totallyrockable.blogspot.com/2009/04/arctic-monkeys-cover-no-coverama.html
Publicado originalmente por mim em 20 de abril de 2009.

Sábado teve Arctic Monkeys Cover na segunda eliminatória do Coverama, festival sergipano de bandas cover que tem acontecido - e crescido - nos últimos anos recentes.
Abrindo o show com "Brianstorm", os meninos prometiam: riffs ótimos, uma sincronicidade muito boa, timing beirando a perfeição (mas na hora de o vocalista começar a cantar, começa a embolar a letra e engolir as sílabas... ok, acontece).

Mas deu pra entender (nada que umas aulas de técnica vocal não façam evoluir). E deu, sobretudo, pra vibrar e pirar junto com a galera no show! Quase coloco minhas cordas vocais pra fora!!!
Um setlist com clássicos como "Brianstorm", "Fake Tales", "I bet", "Teddy Picker", "Dancing Shoes", "From The Ritz", "Mardy Bum", "Red Lights", "505", "When The Sun Goes Down", "Fluorescent Adolescent" e "A Certain Romance" foram o suficiente para que ninguém ali na frente do palco ligasse para o calor ou para a chuva do lado de fora.

Os meninos não foram classificados, mas espero que não acabem com o cover.

O debut oficial do Telekinesis

Conteúdo redirecionado de http://totallyrockable.blogspot.com/2009/04/post-inaugural-o-debut-oficial-do.html
Publicado originalmente por mim, em 8 de abril de 2009.

Foi numa dessas navegadas da vida em busca de material em blogs de música que descobri e baixei "Coast of Carolina", a primeira música que ouvi do Telekinesis (numa época em que se jogava "telekinesis" no Google e 99% dos resultados apontavam pra energia, levitação, telepatia, poder da mente e coisas afins. Ou seja, totally underground).

Ouvi, gostei, achei parecido com Death Cab For Cutie. Daí em diante comecei a garimpar, conseguindo um acervo de quatro canções que hoje se encontram no álbum debut da banda, de mesmo nome, lançado pelo selo Merger em 7 de abril nos EUA, e produzido com a assistência de Chris Walla, do DCFC.

Telekinesis é, basicamente, o multi-instrumentista e compositor Michael Benjamim Lerner, nascido em Seattle há 22 anos. Seu pai foi disc jockey numa rádio por trinta anos, e o garoto cresceu ouvindo Beatles (seu pai era fanático), Pink Floyd, Led Zeppelin, The Kinks, e mais uma penca de marcos dos anos '60. Além dessas influências, Lerner também incorporou tendências de Big Star e Posies.

A parceria com Walla aconteceu após o trabalho de Lerner no estúdio de Jason McGerr, que conhecia o baterista do DCFC. Isso aconteceu em Seattle. Através de Jason, Lerner acabou conhecendo cada um do DCFC. Walla ouviu falar do MySpace de Lerner, ouviu algumas canções e deixou uma mensagem: "Ei, gosto de suas músicas." Depois do primeiro show da turnê do "Narrow Stairs", Walla veio e disse: "Quero fazer sua gravação".

O álbum é, literalmente, Mike Lerner, tendo contribuições de Chris Walla no baixo, piano e guitarra, e de David Broecker no baixo em duas faixas. O resultado é um trabalho despretensioso, simples, de sensibilidade pop, com bons arranjos e belas composições, que desde já classifico como um dos internacionais mais promissores de 2009 so far.


Clique aqui para baixar este álbum.